Quando um coração está partido, simplesmente choramos ou procuramos pelos amigos mais íntimos e pedimos colo. Quando um coração de uma garota está partido, ela procura um abrigo e um travesseiro para agarrar e abafar os berros de dor que parece nunca se calar.
Quando um coração se parte, é como se duzentas toneladas de algo caísse sobre sua cabeça. Só existe dor. E tudo que você deseja é se perder em álcool, drogas ou um chocolate, uns chocolates.
Imaginei que comigo seria novamente assim. Me enganei. Quando o meu coração se partiu, eu me senti leve. Leve o suficiente para deixar que o vento me levasse para onde ele queria. E meus pés flutuavam por lugares onde nunca havíamos passados juntos, agradeci a ele por isso. Me levava a ruas obscuras, com fábricas e árvores medonhas. Eu era leve, e finalmente me senti livre, para fazer o que o coração quisesse, uma vez ou outra o vento me fazia correr por entre as ruas vazias.
Eu quase não conseguia pensar, não pensava nele, tudo ao redor me proibia disso. Passei por uma praça, nela havia algumas pessoas sentadas nos bancos, eu as vi, e além de sua máscara tampando suas verdadeiras origens eu vi suas almas, cada uma mais podre que a outra... mas talvez, impureza era tudo que eu conseguia enxergar. E um bêbado era o único que me transmitia uma boa alma e um bom coração.
Meus pés estavam cansados, mas eu não sentia isso. A cabeça não estava em sintonia com o coração.
Quando o meu coração se partiu, eu andei pelas ruas imaginando coisas, me iludindo, procurando soluções, andei pelas ruas tentando não morrer aos poucos pelo que se passou, tentava me esquivar da realidade e querendo sentir novas emoções.
Quando meu coração se partiu andei pelas ruas procurando por algo que me fizesse te esquecer, mas no fim da noite percebi que o único motivo de andar sem rumo pelo desconhecido, era que o que eu esperava encontrar no fim da rua mais escura e vazia, eravocê.
O único assassino e salvador do meu coração, que ainda se encontra partido.
Por: Fernanda Oliveira








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