Sou o tipo de pessoa, no qual outras pessoas que só conhecem o mundo como se vê e não como se pode criar e imaginar julgam, criticam, e riem de uma forma incompreensível e idiota. Sou o tipo de pessoa que é o oposto da verdade, o oposto do real. O oposto das pessoas que me cercam. Sou do tipo sonhadora, que sabe e não sabe o que quer.
As coisas das quais imagino quase não cabe nesse mundinho, no qual sempre me pareceu pequeno. Por isso em meus sonhos, meu mundo é só meu. Muito meu.
Sonho alto. Sempre avante, sempre o melhor. Nada que um dia poderia ser meu, mas é meu enquanto estou sonhando, e isso ninguém pode me tirar, ninguém pode apagar.
Os hipócritas, dizem que as vezes sou tão ridícula quanto uma criança babando por um chocalho. Nunca disse que não era assim que me sentia.
Quando sonho acordada, as vezes penso na escuridão. Trevas. Refúgio, paz, solidão... Sempre gostei de preto, cai bem com qualquer coisa.
Em algum outro surto de realidade me imaginei com alguém. Esse alguém é tão perfeito, mais perfeito que um pôr-do-sol a beira de uma praia deserta. O mais perfeito dos sonhos. E então sei que é disso que preciso. Sonhar com aquela perfeição, e nunca mais voltar ao que chamam de vida real e patética a propósito. E um feliz para sempre. Sei que o preço da eternidade é alto, mas sei também que as coisas podem se arranjar. E sei o quão doce seria a vida depois de todas as coisas serem tão perfeito quanto aquele alguém.
Mas eu tenho que acordar, pois meu mundo pode ser perfeito, meus sonhos podem ser perfeitos, a eternidade tão perfeita quanto. Mas a perfeição daquele alguém não existe. O medo de me despedaçar outra vez, atinge até meus sonhos, meus pensamentos e o mundo que tenho dentro de mim. Nem ao menos em meu mundo encantado.
A escuridão então é tudo que eu preciso, agora e sempre. Ela não custará minha alma nem meu coração. Podem me julgar mais uma vez, porque não, eu nunca irei acordar.
Por: Fernanda Oliveira
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